Encarando a realidade da Amazônia

A vista aérea da Amazônia mostra a resistência indígena frente aos avanços da destruição no Arco do Desmatamento.

Autora: Ana Rosa
Read in English.

Eu planejei visitar o povo Xikrin pouco depois das eleições brasileiras, dando prioridade ao exercício da minha cidadania e ajudando a tirar Bolsonado do poder antes de visitar a comunidade. Mas durante pelo menos os três dias depois da eleição, os bolsonaristas revoltados contra a democracia, estavam bloqueando estradas e tirando meu direito de ir e vir dentro do meu país.

Talvez eu deva agradecer aos bolsonaristas pelos meus dias extras em Marabá, onde pude encontrar diversas pessoas fundamentais para o trabalho da Meli, fechar novas parcerias e resolver questões da minha saúde. Mas talvez o maior presente que recebi com esse desafio foi poder acompanhar o Bep-I, o Bep-Kri e sua esposa, que teriam de usar um helicóptero para voltar de um tratamento de saúde.

Sobrevoar Marabá durante o período da seca me deixa triste. É ver que crimes contra a humanidade continuam acontecendo na região e nada se aprendeu desde a década de 50. A gigantesca área desmatada para dar lugar ao gado, a floresta secundária lutando contra esse cenário, as tristes áreas recentemente queimadas e dezenas de focos de incêndio (eu parei de contar quando cheguei ao 18, durante uma viagem de cerca de uma hora).

Um dos vários focos de incêndio observados durante vôo entre Marabá e TI Xikrin do Catete

Nos aproximamos do território Xikrin. É momento de reacender a esperança.

A vista é tão linda que você começa a duvidar. Vejo uma nuvem. Me pergunto se os incêndios já chegaram até aqui. Mas eu me emociono em ver a força dos Xikrin do Cateté nos protegendo contra os crimes ambientais. As nuvens que vi não eram fogo, eram água. São os lindos rios voadores, levando a água das árvores para outras regiões do planeta. O piloto me fala que não é possível voar na região por volta das 7 horas da manhã, os rios voadores são os donos do céu e só começam a compartilhar a maravilhosa vista da floresta algumas horas depois.

Os povos originários são os reais guardiões da floresta. Agradeça a eles pela proteção do ar, das chuvas e da biodiversidade – eles têm pago com a vida para fazer esse serviço ecossistêmico. É um banho de esperança trabalhar em parceria com comunidades indígenas fortalecendo suas lutas.

Acompanhe mais sobre essa jornada por aqui!

A sua doação faz toda a diferença!
Vamos manter o contato!
Pode nos encontrar também no LinkedinFacebookTwitter ou Instagram 
www.meli-bees.org

One Reply to “Encarando a realidade da Amazônia”

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *