Ana Paula Cipriano compartilha sua experiência de mudança para o Reino Unido para iniciar seu doutorado na Universidade de Bristol. O estudo visa compreender o comportamento de drifting em abelhas melíferas e sem ferrão, explorando seus impactos na saúde das colônias por meio de trabalho de campo no Reino Unido e Brasil, em parceria com a Meli.
Autora: Ana Paula Cipriano
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Aluna: Ana Paula Cipriano
Orientadores: Christoph Grueter e Emily Bell.
Escola de Ciências Biológicas, Faculdade de Ciências da Vida, Universidade de Bristol.
Toda grande mudança envolve muito planejamento, ação e, é claro, uma dose de coragem. Eu gostaria de compartilhar como minha experiência de me mudar para o exterior para iniciar o meu doutorado no Reino Unido, na Universidade de Bristol, mudou minha vida e minha rotina nos últimos 4 meses. Começar uma vida nova em um país diferente é realmente desafiador; a comida, o clima e a cultura são muito diferentes. Tive a sorte de vir para uma cidade ótima e conhecer pessoas incríveis, o que tornou a minha adaptação mais tranquila.
Meu doutorado envolve para além da pesquisa, treinamento e parceria com várias universidades, e eu tenho uma bolsa do South West Biosciences (SWBio DTP), uma oportunidade incrível e diferente do esquema regular de pós-graduação. Meu primeiro ano é focado em treinamento, então tive aulas, participei de conferências e realizei um estágio de pesquisa, com o principal objetivo de adquirir o conhecimento mais relevante que precisarei ao longo do meu projeto. Em geral, recebi treinamento nas técnicas mais importantes para o meu projeto e em como analisar os dados que coletarei durante minha pesquisa.
Ana em frente ao prédio de Ciências da Vida, University of Bristol
Nos estágios de pesquisa, tenho que desenvolver projetos de curto prazo e produzir um artigo ao final de cada um. Até fevereiro, ainda estou trabalhando no primeiro projeto, cujo objetivo é identificar as espécies de plantas que as abelhas visitam com base no pólen que coletam. Estou aprendendo a identificar uma espécie de planta através da extração do DNA, esses pequenos fragmentos que estão dentro das células dos grãos de pólen, e usar esse DNA para implementar uma técnica que funciona como um código de barras. Por exemplo, quando você vai ao supermercado e identifica o arroz pelo código de barras, eu usarei o DNA dentro dos grãos de pólen para identificar a espécie de planta da qual eles vêm, e o nome da técnica que nos permite fazer isso é chamado de DNA metabarcoding. Nessa técnica, coletamos pólen usando uma armadilha na entrada da colmeia, depois extraímos o DNA e usamos partes específicas desses pequenos fragmentos para detectar qual planta a abelha visitou, por exemplo, uma macieira ou uma amendoeira. De março a julho, começarei o segundo projeto de pesquisa e tentarei entender os fatores que afetam o comportamento das abelhas sociais com base em simulações computacionais, um conhecimento muito interessante que estou feliz em adquirir. É super empolgante aprender tantas técnicas que certamente usarei durante o projeto de doutorado.
Focando no projeto de doutorado em si, o objetivo geral é estudar o comportamento e a saúde de abelhas sociais, como abelhas melíferas e abelhas sem ferrão. As abelhas são extremamente importantes para os nossos ecossistemas, pois visitam as flores para coletar recursos para seus ninhos, enquanto polinizam e contribuem para a manutenção e regeneração das plantas. Estamos interessados em entender um comportamento específico, o comportamento de drifting, que ocorre quando uma abelha está voltando para o seu ninho original, mas entra no ninho errado por engano. Esse comportamento pode ocorrer em uma taxa alta, e abelhas entrando em ninhos diferentes podem aumentar a propagação de doenças e resultar em problemas nutricionais para as colônias. Para obter essas informações interessantes, teremos muito trabalho de campo, tanto no Reino Unido quanto no Brasil, em parceria com a Meli.
Ana no laboratório, extraindo DNA
Investigar o comportamento de drifting de abelhas melíferas e abelhas sem ferrão, portanto, nos proporcionará uma compreensão importante de como fatores antropogênicos podem afetar a saúde dessas abelhas. Os próximos passos no doutorado envolvem concluir as aulas, os dois estágios de pesquisa, iniciar o projeto principal e o trabalho de campo, no segundo trimestre de 2024. Estou realmente feliz com esta oportunidade e animada para começar a pesquisa com as abelhas, especialmente no Brasil.
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