Um evento para fortalecer o financiamento para os povos indígenas – IFIP

Conheça os Financiadores Internacionais para os Povos Indígenas (IFIP) e minha experiência em participar do evento organizado por eles em Mérida, Yucatan.

Autora: Ana Rosa.
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Entre 22 e 24 de fevereiro estive na península Maia de Yucatan para representar minha equipe e participar do IFIP (International Funders for Indigenous Peoples) Mudando o Poder: Direitos dos Povos Indígenas, Liderança e Autodeterminação.

Foi minha primeira vez no México, mas me senti em casa. Inicialmente atribuí este sentimento ao clima, à vegetação, à estrutura da cidade e ao calor do povo tão semelhante ao que estou familiarizada. Mas talvez o que me fez sentir tão confortável em Yucatán tenha sido a cultura maia tão fortemente presente, ressonando com minha própria herança. Durante esses dias eu me senti imersa no território maia, o que me impressionou bastante. Já nas minhas primeiras horas em Mérida eu entendi “México é terra indígena”, uma mensagem semelhante do que muitas vezes é compartilhado dentro do movimento indígena brasileiro.

Em Mérida

Em meu primeiro dia em Mérida pude me conectar com jovens líderes indígenas das Américas e ver como nossas realidades similares nos aproximam e nos dão espaço para conexões. Durante o evento, pude também me conectar com líderes indígenas de outras regiões ao redor do mundo. Fiquei feliz em ver uma forte presença indígena durante o evento, aproximando as perspectivas de indígenas e de financiadores, uma missão desafiadora.

Houveram várias palestras, atividades e apresentações de estudos de caso extremamente interessantes para refletir, e como desenvolver processos de financiamento que focalizam a liderança indígena e a autodeterminação. Foi ótimo estar perto dos líderes com experiências tão interessantes. Durante o evento não havia a necessidade de mencionar o fato bem conhecido de que as comunidades indígenas são os melhores especialistas em preservação florestal, as conversas já partiram para sobre como melhor fornecer financiamento direto às comunidades indígenas – o que ressoa tanto com nossa própria experiência no programa de Regeneração Polinizadora!

No último dia do evento, tivemos a oportunidade de visitar três projetos locais. Aqui vale fazer um parênteses para destacar que a Meli é inspirada nas meliponini, as abelhas sem ferrão nativas de todas as regiões tropicais e subtropicais em todo o mundo. Por muito tempo, ouvi falar da importância das abelhas nativas (Meliponini) para a cultura Maia. Afinal, um dos poucos códices maias que sobreviveram aos conquistadores e padres católicos, tem 14 páginas sobre abelhas nativas.

Visita em Baktun Pueblo Maya

Escolhi visitar um projeto liderado por jovens em Xcanchakan, Baktun Pueblo Maya. Nos dias anteriores do evento, conheci uma liderança juvenil deste projeto. Em nossas conversas vimos que ambas nutriam um grande carinho pelas abelhas nativas, então ela se orgulhou de fazer uma “viagem extra” para as mulheres locais que me trouxeram ao meliponário da comunidade! Nas outras visitas de grupo que fizemos, os participantes também compartilharam que a meliponicultura é uma prática central nas demais comunidades visitadas. Uau! Foi tão emocionante ver, de perto, como este conhecimento antigo resiste!

Como uma organização jovem, era particularmente importante para mim me conectar com outras organizações e entender a importância do que estamos fazendo com uma perspectiva global. Isso me lembrou como é surpreendente o trabalho que as comunidades indígenas e locais envolvidas em nossa rede fazem para motivar e fortalecer umas às outras. Tenho certeza de que as comunidades indígenas guiarão a regeneração de que tanto precisamos.

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www.meli-bees.org

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