Polinizando a Regeneração: Fase de Estruturação

Na fase de estruturação, as ouvimos profundamente as comunidades participantes e nos certificamos de que as suas ideias estão bem claras, para que qualquer pessoa possa compreender os desafios que motivaram essas ideias, a força das atividades planejadas e os desejos por trás dos futuros impactos!

Autora: Ana Paula Cipriano
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A rede Meli atua buscando promover a autonomia das comunidades na tomada de decisões para o desenvolvimento de projetos. O programa Polinizando a Regeneração reúne os integrantes de cada comunidade para que possam apresentar as ideias e as soluções mais relevantes dentro de suas realidades. Na etapa inicial de ideação, foi possível visualizar a importância da experiência de proporcionar voz ativa para os membros das comunidades na proposição de ideias. Mais de 100 ideias já foram levantadas dentro do programa. 

As 10 comunidades pré-selecionadas durante o processo de ideação estão agora trabalhando para transformar as ideias em projetos financiáveis. Com o recurso que temos e que continuamos a levantar, vamos financiar o maior número possível de projetos que carregam ideais e soluções visando à regeneração do ambiente e à preservação do modo de vida local.  

Na etapa atual, orientamos as comunidades na organização do projeto. As necessidades das comunidades foram muito diferentes. Algumas lideranças escreveram o projeto se baseando no modelo disponibilizado por nós, enquanto outras nos enviaram apenas respostas essenciais e nós estruturamos o documento final, sempre seguindo o que foi idealizado pelas comunidades.


Tem sido uma experiência muito rica construir projetos com cada comunidade, respeitando o seu tempo e suas demandas individuais, afinal, estamos trabalhando com grupos plurais. Assim, mesmo que todos os projetos se encontrem na etapa de elaboração, alguns grupos estruturaram as propostas mais rapidamente, enquanto outros necessitaram de mais tempo para obter as informações essenciais. Isso nos aponta para uma dificuldade em trabalhar com um calendário fixo e inflexível. 

Pudemos identificar algumas comunidades que não estavam no momento ideal para o levantamento de todas as informações necessárias para a formulação dos projetos nesse momento e, portanto, necessitavam de mais tempo ou apoio técnico para estruturar a ideia.  

Os projetos abordam pontos como os desafios gerais que levaram a comunidade a propor a ideia, as atividades necessárias e os dados geográficos e demográficos do grupo beneficiado. Além disso, compreender e elaborar os custos para que o projeto se torne realidade também faz parte desse momento do programa. Nós caminhamos juntos com os membros da comunidade, apoiando-os integralmente, em todas as etapas envolvidas no processo de transformar a ideia em um projeto estruturado. 


Os critérios que utilizamos na seleção dos projetos se baseiam em três pontos principais:  
(1) impacto socioambiental do projeto e alinhamento de valores,  
(2) disponibilidade da comunidade ou acesso à equipe técnica de apoio para desenvolver o projeto, 
(3) alinhamento com o que foi solicitado durante as atividades propostas. 

O programa não acontece apenas dentro das comunidades, mas na interação entre elas. “O projeto Polinizando me proporcionou conhecer a realidade de várias comunidades tradicionais e suas lutas para manter garantido os seus direitos. Conversamos e discutimos sobre esses problemas, mas sobretudo desenvolvemos estratégias para mudar essas realidades. Através do grupo, pudemos nos fortalecer e imaginar outros futuros possíveis. É um espaço para falar de nossas perspectivas para o futuro de nossas comunidades a importância de trabalharmos em coletividade, preservação dos biomas, e a valorização cultural do nosso país” – Olinda, povo indígena Pataxó hã-hã-hãe. 

A experiência de conectar comunidades com parceiros externos como universidades e especialistas na temática dos projetos também é uma iniciativa muito importante dentro do programa. Professores e pesquisadores em diversas áreas relacionadas à agricultura regenerativa, abelhas sem ferrão e preservação ambiental de modo geral, possuem um olhar integrativo, visando apoiar o projeto para o melhor aproveitamento possível dentro da comunidade. Uma parceria de sucesso ocorreu entre a comunidade Frei Henri e a UFRA. Na visita à comunidade, integrantes da universidade realizaram um levantamento das características das áreas de produção, identificaram as culturas da área e o potencial de novos cultivos, além da alocação dos pontos geográficos e mapeamento das fontes hídricas para as produções. 

No início do programa, foi claro o benefício de um momento de ideação para algumas das comunidades. Mas encontramos também comunidades a procura de ajuda na escrita de um projeto cuja ideia já estava bem clara. Assim, em breve iremos abrir também uma nova chamada de ideias enviadas pelas comunidades! 

É nesse contexto de conexões que a rede Meli se fortalece e possibilita a ampliação do potencial de cada comunidade e de seus membros, para que possam prosperar e multiplicar os conhecimentos adquiridos ao longo do processo.

Projetos estruturados:

  • Comunidade Pataxó Hã-hã-hãe
  • TI Arariboia (liderado pelas aldeias Zutwia e Barreirinha)
  • Comunidade extrativista Campo de Perizes
  • Comunidade campesina Deus te Ama
  • Comunidade campesina Frei Henri
  • Aldeia Kamapã

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