Luandro compartilha seu diário sobre o trabalho que está desenvolvendo com o povo Tenetehara no território de Arariboia. Neste texto, você poderá conhecer uma ferramenta fundamental para que os líderes da aldeia indígena Barreirinha impulsionem seu trabalho.
O texto foi primeiramente compartilhado via Scuttlebut.
Autor: Luandro
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Primeiro relato.
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Apenas um mês após a instalação da rede comunitária na aldeia Barreirinha, algo deu errado. Inicialmente, acreditávamos que o problema era simplesmente a falta de pagamento. No entanto, mesmo após o pagamento, a Internet na aldeia continuou não funcionando. Jonas e Jó tentaram investigar o problema usando o aplicativo Ubiquiti UniFi, mas não conseguiram determinar a causa. Eles inspecionaram as antenas e verificaram os cabos na casa da cidade de Arame, de onde a Internet estava vindo, sem sorte. A frustração aumentou com o passar dos meses, pois sabiam que só tinham desfrutado de um único mês de serviço de Internet confiável e continuavam pagando por ele.
Ana Rosa, diretora do Meli, fez uma visita ao território, e eles aproveitaram a oportunidade para investigar mais a fundo. Com minha assistência remota, exploramos incansavelmente todas as soluções possíveis, tanto na vila quanto na cidade, para entender por que a Internet não estava chegando a Barreirinha. Descobrimos que o problema não estava no provedor de serviços, pois a Internet funcionava perfeitamente bem no local da cidade. No entanto, não conseguimos identificar a causa exata do problema. Tentamos até mesmo entrar em contato com um técnico local para obter assistência, mas não tivemos sucesso em conseguir o apoio dele.
Foi só quando visitei a aldeia de Zutiwa para a terceira oficina de mapeamento que finalmente identifiquei o problema. Descobri que o dispositivo Ubiquiti Litebeam que estava instalado na aldeia não estava respondendo – completamente não funcional. Para corrigir a situação, tive que realizar o processo desafiador de formatar o firmware do dispositivo usando o firmware original da Ubiquiti, o que exigia um computador com um servidor TFTP, portanto, muito além da capacidade dos membros da comunidade. No entanto, essa formatação foi bem-sucedida, e a rede foi restaurada à sua funcionalidade total.
Com a rede agora operacional, aproveitamos a oportunidade para reunir a comunidade mais uma vez. Fornecemos treinamento sobre a utilização do sistema Pirania para controle da Internet e implementamos um bloqueio de pornografia no nível do DNS (usando algo como o CleanBrowsing ou o OpenDNS Family Shield), garantindo que esse conteúdo não pudesse ser acessado em toda a rede.
Nos últimos cinco meses, a rede permaneceu impecável, e toda a comunidade da aldeia Barreirinha pôde desfrutar dos benefícios de uma conexão de internet de banda larga confiável. Eles agora compartilham a responsabilidade pela taxa mensal do provedor de serviços, promovendo um senso de propriedade comunitária e sustentabilidade.
Esse relato é parte de uma série. Você pode ler o relato anterior aqui e o próximo aqui.
2 Replies to “Redes Comunitárias: Aldeia Barreirinha”